terça-feira, 25 de setembro de 2012

_Gata branca_____




Gata branca, da janela,
És visão de pura paz!
Nas rendas da bambinela,
És o encanto que me apraz!

E essas fitas, da arruela,
Que tua cauda leva e traz...
Gata branca, da janela,
És visão de pura paz!

Veja as frutas da gamela,
Sentem tal inveja, assaz,
Deste tom, que na aquarela,
Todos outros tons desfaz,
Gata branca da janela...!




Elischa Dewes__________


Gambá de estimação II
Verídica




De Vitor, estão lembrados?
Aquele pequeno gambá?
Depois de tempos passados
Por aqui ele ainda está!

Cresceu forte e o seu pelo,
Foi mudando, escureceu.
E ele o trata com zelo,
É pretinho como breu!

Algumas listas mais claras
O fazem charmoso, lindo!
Suas fugidas são raras
E passa os dias dormindo.

Tempos atrás, à tardinha,
Trouxe um amiga pro lanche.
Mas comeu tudo sozinha
E não teve outra chance,

O rapaz ficou furioso
E correu com a pobre daqui.
Ficou bravo, mui sestroso
Resmungando por aí.

Bastou dar-lhe uma banana
Que aos poucos foi-se acalmando.
Logo coçou a barriga
E em seu canto foi sentando.

Música alta o irrita,
Se encolhe e cobre a orelha.
Geme baixinho, faz 'fita'
Zumbindo igual uma abelha.

Nas noites frias se enrola
Na poltrona junto aos gatos,
Ou entra numa sacola
Que já lhe assumiu o formato.

Mais notícias lhes trarei,
Pois a história vem e vai.
Por hora, baixinho direi:
Acho que vai ser papai!



Elischa Dewes________
Leia: " Gambá de estimação - I"



Gamba de estimação -I


Uma Gambá passeava
Nas pedras à beira mar,
E o grande cão que espreitava
Correu logo pra atacar!

Ela tentou se esconder,
Seus filhotes abrigar,
Uns conseguiram correr
Com o cão a lhes caçar!

Consegui mandá-lo embora
E das pedras me aproximei...
A gambá, morreu na hora,
Mas os filhotes, chamei.

Escondidos me olhavam
Com olhinhos assustados,
E sair não se arriscavam:
Estavam apavorados!

Logo a noite chegou
E o velho mar cresceu...
Em suas ondas os levou,
Minha alegria morreu.

No outro dia nem rastro,
Na praia de pedras, ficou.
Os pequenos gambazinhos
O faminto mar tragou!

Tristonha, passei o dia
Tentando esquecer a cena;
Se a praia era de alegria,
Agora é de dar pena...

Aqui, o mar é bem perto,
Basta a rua atravessar,
E se está tudo deserto
Bem longe se pode olhar.

E a trepadeira da janela,
Da sala onde eu escrevo,
Senti algo subir por ela...
Contarei? será que devo?

Veja só! foi um filhote!
Veio atrás do meu chamado!
Chegou triste, o meninote,
Bem tristinho e assustado!

Logo o acariciei
E dei-lhe uma frutinha,
Ali mesmo, na janela,
Com água e mais comidinha.

Pensam que ele foi embora?
Virou o meu companheiro!
Se leio um poema, agora,
Ele é quem ouve primeiro!





Procurando-lhe um nome,
Vitor, foi o escolhido.
E escolheu-me pra mamãe
E é meu filhote querido!

E vou lendo e ele ouvindo.
Este escapou por um triz!
Não parece estar sorrindo?
Dizendo que está feliz?

Elischa Dewes___________